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Este espaço visa relatar e denunciar os disparates que o ser humano anda a fazer contra o Património Cultural Português. Qualquer contribuição será aceite desde que seja verdadeira e se possível acompanhada de fotos elucidativas.

domingo, dezembro 11, 2005

GaiaPolis Continua sem o Devido Acompanhamento

Infelizmente a denuncia feita neste blog no dia 28 de Outubro não surtiu efeito, a obra continua a todo vapor sem o devido acompanhamento arqueológico necessário por lei.
O IPPAR, que no quadro das suas atribuições, compete acompanhar os Projectos promovidos por entidades de capitais públicos para-estatais, através de uma acção pedagógica os processos que se encontram isentos de licenciamento municipal, de modo a que as intervenções obedeçam a critérios de qualidade arquitectónica e de enquadramento histórico, urbano e paisagístico como por exemplo o Programa POLIS, até o momento não se pronunciou.
A obra continua a avançar e continuam a aparecer vestígios arqueológicos, que carecem de estudos.
A medida que os trabalhos avançam no sentido montante do rio a sensibilidade arqueológica do terreno cresce.
Neste momento encontram-se ainda junto ao Convento de Santo António do Vale da Piedade, classificado como Imóvel de Interesse Municipal desde 23 de Julho de 1989. Brevemente atingirá a zona de protecção do Castelo de Gaia.
Exmo Senhor Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, acho que já é hora de acender a luz e mudar o filme, pois oito anos de destruição e desleixo para com o Património Cultural do Concelho já é muito. Será que vamos chegar aos 12 anos?

Vila Nova de Gaia: Mais Uma Obra no Centro Histórico sem Acompanhamento Arqueológico


A obra em questão situa-se na Rua General Torres nº 551, num local de grande sensibilidade arqueológica. Na área da obra existiram duas importantes fábricas de cerâmica: A Fábrica da Fervença que laborou de 1820 a 1857, até à abertura da Rua General Torres quando foi expropriada, transferindo-se para a Fábrica do Cavaco e a Fábrica da Torrinha fundada em 1844. Além de uma possível Mesquita provavelmente situada na Rua da Mesquita.
A partir do século XVIII, a indústria cerâmica dá o seu importante contributo para o desenvolvimento com a construção de inúmeras fábricas que contribuíram para o surgimento de novas habitações e estabelecimentos comerciais. A indústria oleira encontra-se presente em quase toda a margem ribeirinha desde o Vale dos Amores a Quebrantões.
Com o passar do tempo o desenvolvimento comercial do local contribuiu para uma série de obras como por exemplo: modificações na rede viária com o alargamento e a abertura de novas ruas, bem como novas construções e alterações na morfologia de outras.
Mais uma vez, perde-se uma boa oportunidade para tentar compreender melhor o desenvolvimento e o crescimento da malha urbana.